Talvez ele tenha sido o verso mais puro dos delírios daquela jovem. Ela tomava café. Preto, forte, escuro. Ela pintava as unhas. Vermelho, quente, sensual. Ele simplesmente usava calça jeans e tênis all star destes que nunca se tira para lavar. Ela conduzia aos lugares. Ele sorria. Ela ardia em ideologias e vontades. Ele sentia. Ela se desfazia. E ia. E ele? Absorvia. Ele Ela. Ela Ele. Confundiam-se intimamente. Estranhavam-se dentro dos próprios mundos. Encaixavam-se muito bem na cama. Talvez ela tenha sido o topo mais alto das ousadias daquele jovem. Ele andava de skate. Veloz, destemido, duro. Ele tocava guitarra. Alto, charmoso, desigual. Ela simplesmente deixava a vida levá-la a qualquer canto. Ele falava dele. Ela ouvia. Ele se consumia em bons agrados. Ela sabia. Ele se descobria. E ia. E ela? Consentia. Corroeram-se pela incerteza. Desistiram de si.
Desistiram-se.
Despediram-se.
Apenas, aspirantes a amantes.