segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Desejo


Sentia-se como uma locomotiva desenfreada.
Vestiu-se como princesa.

E apenas admirou a chuva cair.

domingo, 5 de dezembro de 2010

La Mariposa está

em "C'est la Vie"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

...

"Vi no seu rosto a pequena convulsão de um conflito,
o mal-estar de não entender o que se sente,
o de precisar trair sensações contraditórias por não saber como harmonizá-las."
Clarice Lispector, em "Mineirinho"

Ganhei um buraco. Não sei muito bem onde, mas o sinto comigo. Presente. No meu presente. No meu momento. "Alguns por ques" não me soltam a mão. Resistem! Dolorida dor de perder. Será mesmo perda? Sim eu caminho, mas sempre acabo de cara com aquele sorriso admirado a me pedir um abraço.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

La Mariposa está

escorrendo... Correndo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Chovendo

Hoje acordei com gosto ansioso na boca, cheirando estranhesa de uma noite singular. Deve ser coisa desta cidade, que envolve sem deixar perceber. Me sinto um pouco engolida. Pequena. Tenho vontade de ventar. Longe daqui. Queria conseguir olhar para os meus passos de outro lugar. De cima. Do alto. Distante. Deixar velhas Michelles para que novas possam nascer. Com prazer. Depois de uma bela chuva!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fortuitos olhares em uma tarde desmedida

da série "Olha para o céu, meu amor"

da série "Olha para o céu, meu amor"

da série "Olha para o céu, meu amor"

domingo, 10 de outubro de 2010

Ontem, Hoje, Amanhã

Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.
por Riobaldo em "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Instantes permitidos

Pode sussurrar agora...
Limpe o suor.
Isso sussurre!

No meu ouvido de preferência, porque quando eu acordar serei outra.


Boa noite.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro -

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Augusto do Anjos

PEQUENO MANIFESTO
E eu aqui pensando, pensando... Por que é difícil proferir a tal sentença célebre?
Quando reflexões deste tipo batem à minha porta, Augusto dos Anjos me traz redenção.
Ó o amor!
Ó a histeria do amor!
Ó amor corrompido! De valores hipócritas e tradições passadas, que para mim não fazem sentido.
Me reviro para buscá-lo e só o percebo quando o sinto.
O amor se manifesta.
Num carinho de uma noite fria e doente.
Na admiração.
Com minhas mãos inquietas, meus olhos inquietos.
Com minha boca inquieta o amor se manifesta.

Silêncio.

E por que eu não digo "eu te amo"?
Então respondo: Para que dizer palavras se a minha vontade (além da vontade) é de estar ao seu lado?
Em silêncio. Em nosso silêncio.
Será por que todos os "eu te amos" que eu ouvi valeram menos do que sua presença?

domingo, 19 de setembro de 2010

La Mariposa está

Em desbaste... Desbastando.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

La Mariposa está

Escovando as palavras. Quem sabe não encontra sensações?

sábado, 4 de setembro de 2010

Metade










Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.


Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

(de Oswaldo Montenegro)
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Em uma breve madrugada de desejos transitórios

domingo, 22 de agosto de 2010

Viva! Viva! Viva!

Porque eu conheci mini homens em um imenso jardim florido

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A flor



A Flor from Michelle Cavalcanti on Vimeo.

Música de Erik Satie

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Em São Paulo...

Anseio. Fome. 3h55.
... Mais uma madrugada em claro de uma noite pouco iluminada. Hoje a lua resolveu se esconder. Ela que sempre me rouba o olhar. Ela que parece estar embriagada ao me escutar. Ela capaz de me desviar do rumo. Ela, minha companheira de vinho e confissões, me pregou uma peça. Sumiu. Busquei pelo céu. Em algum reflexo de água, mas foi inútil. Não a encontrei. Devo me conformar com esta solidão pelo resto de horas que faltam para o nascer do sol. O que faço? Penso em você. Em seus olhos. Mãos. Boca. Sexo. Assisto a uma mistura de lembranças. Sonhos. Vida. Vivo. Sim, eu vivo ao teu lado, no céu da tua boca. Cheirando a tua pose, teu andar desajeitado. Engolindo teu sorriso amarrado, tua pele excitada. Sentindo tua cara contrariada, teus apertos. Imagino. Invento histórias de nós dois e tudo parece menor. Como se o mundo estivesse às voltas e nós apenas continuássemos caminhando. Ilesos. A incerteza me vigia de longe, enquanto eu atravesso esta breve ou longa noite. Experimento um tremor cálido e tentador por não saber. Porém devo admitir eu adoro o escuro. Tateio. Estranhezas de um universo ambíguo. Feminino. Histérico. Louco a borbulhar flashs de poesia. Sem dor. Com dor. Libidinosas palavras que a cabeça conta e reconta. Sanguíneas. Esta ausência lunar deverá me modificar. E eu gosto disso. Respiro profanos deslizes nas profundezas da cidade. Nas profundezas das minhas entranhas. Que desordem adorável. Caótica, eu! Santifico o mal que há em mim como se dele não precisasse. Como se dele também não fizesse morada. Evoco limpidez. Sim, há pureza na lua. No entanto hoje, justamente hoje, ela resolveu se mascarar neste negro céu. Onde você está? Figurou-se em rastro. Em aroma lascivo a cutucar meu sono. Sinto teu corpo tocar o meu. Pêlo com pêlo. Gozo seu hálito. De cachaça vagabunda. Aperto sua camisa amarrotada, em intermitências de um corpo atordoado. Tremo. Não há frio, nem calor. Há apenas eu. Você? A lua? Eu apenas. Fecho os olhos para deixar que esta sensação me penetre aos poucos. Solidão. Deite comigo. Me possua. Desgaste o gasto. Saboreio uma invasão de fantasias. Jorro o vinho corrompido. Lambuzo meu suor. Você merecia um brinde agora, mas não resta uma gota. Noite bordada à mão. Ponto a ponto. De um tempo a dissipar cintilantes fagulhas de meu modo pouco regrado. Fito de perto. Ventilo imagens, sons, grunhidos. E eu sei estamos caminhando. Amanhecendo. Guarde tudo o que te confiei. Murmúrios de noites indignadas. Danadas. Indagadas. Desejadas. Sagradas. Maquiadas. Perturbadas. Ó casta lua reserve meus segredos, meus discursos, meus prenúncios, minhas sentenças, já que tudo é criação. Imaginação. O real morre a cada instante e se transforma em recordação. História. Poesia. Projeção futura. Promessa. Minha prosa. Meu verso violado. Meu riso inacabado. Meu horror desesperado. A única verdade é o Amor. Ele sim é inviolável. Você é o meu Amor materializado. Meu Amor heróico. Meu Amor sujo. Meu Amor puro. Meu Amor. Desatinada madrugada me escondeu a lua. Desatinada vida me mostrou você. Minha verdade escancarada. Minha vontade desmedida. Minha glória e minha ruína. Eu. Apenas.
Nesta madrugada o sol surgiu brilhando forte. Emanou luz.
Clareou, para enfim, findar-me.

(depois de Marçal Aquino em "Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios")

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ECOA

Eu não quero merecer ninguém. E acrescento ninguém tem que me merecer. Para estar junto de alguém basta um querer mútuo. Uma vontade, além da vontade. Esse papo de merecimento é coisa de quem vê os outros por cima e me soa muito cristão. "É necessário o calvário para se atingir o paraíso". Enfim, para manter esta pequena sanidade que me resta eu prefiro o céu e o inferno caminhando lado a lado. Eu sou um pouco dos dois. Assumo.
Sinto o que minto
Tinto o que pinto
Bendito seja Maldito!

domingo, 27 de junho de 2010

La Mariposa está

inspirada.

(pirada, irada, dá)

Com vontade de comer maçã!

sábado, 5 de junho de 2010

tudo pode dar certo

Uma sequência de improbabilidades gera o acaso, a única coisa provável. A vida é tão incrível. Eu gosto muito disso.
"Que o acaso nos proteja. Sempre.
Amém."

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Chão de estrelas

da série "Olha para o céu, meu amor"

domingo, 30 de maio de 2010

La Mariposa está

Entre o céu e a terra.
Tocando o ar. De olhos abertos.
Tateando o mar. Sorrindo.
Trocando o ar. De olhos fechados.
Traqueando o mar. Apenas indo.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O vento II


O vento vai dizer
lento o que virá
E se chover demais,
a gente vai saber
claro de um trovão
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Bom dia



Clara manhã, obrigado,
o essencial é viver!
Drummond



Faz silêncio aqui dentro
Sinal de que outrora havia grande euforia


Sinfonia em tom maior

Uma palavra para ser esquecida
Um sorriso para ser lembrado


Mãos perdidas

"Por favor, feche a porta e não abra a janela.
Eu quero anoitecer"


A chaleira esperando pelo chá
Um quadro torto na parede


Qual filme será?

Ela tão distraída
Ela tão presente


Trocando passos tímidos

"Por favor, desligue a TV e deixe a chave em cima da mesa.
Eu quero sonhar"


As bonecas não mudam de face
O relógio segue a sua missão


Enquanto os cabelos embaraçam ao vento

Um corpo sem pretensões
A mente em devaneios sãos


Dançando fragmentos

"Por favor, deixe as minhas gavetas abertas e apague a luz.
Eu quero amanhecer"


Dúvidas para serem visitadas
Certezas para serem mudadas


Com a boca seca e casta

Há momentos para negar sins
Há momentos para aceitar nãos


Em uma vida de começo meio e fim

"Por favor, leve as minhas meias e deixe a música tocar.
Eu quero acordar"


Bom Dia
música: Gymnopédie n 1, de Erik Satie

segunda-feira, 26 de abril de 2010

E onde a sorte há de te levar.
Saiba o caminho é o fim, mais que chegar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

A flor

Singela flor.
Tão bela. Tão plena. Tão serena.
Passeia para além do horizonte.
Entre as espumas da água do mar.
Leve o que eu não posso compreender.
Deixe aquilo que eu possa absorver.
Singela flor.

Em uma longa tarde de quem sou eu...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Para muito além de um sorriso

Silenciosamente sorrio
verdades absolutas
verdades imaginadas
verdades esquecidas
verdades malditas
verdades reveladas
verdades não ditas
verdades descoradas.
Sorrio em verde e vermelho.

domingo, 11 de abril de 2010

O vento


- Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer.
E isso, eu vi, o vento leva...

domingo, 4 de abril de 2010

(...)

Após uma longa tarde de (...), a chuva resolveu se impor sobre Catarina.
Silenciou pensamentos.
Permitiu sensações.
Gotas grossas no corpo, vento fresco no rosto.
A chuva absoluta. E Catarina?
Catarina apenas fechou os olhos, sem proteger-se.
Ela era apenas um corpo desprevenido caminhando.
Caminhando molhado.
Caminhando enxarcado.
Experimentou o frio, o calor, a algeria, o caos, a dor. Tudo.
Corrompida pela plenitude da natureza, Catarina apenas sorriu aquele sorriso satisfeito.
De quem gosta de estar despreparada.
De quem gosta de ser surpreendida.
De quem gosta de não esperar por nada.
A tarde terminou exata e em paz, pedindo uma noite estrelada.

- imposição s. f. 1. Ato de impor ou de impor-se. 2. Coisa imposta. 3. Ordem a que se tem de obedecer. 4. Ato de conferir. 5. Colocação de insígnias. 6. Ato de infligir. 7. Tributo, imposto.
- desprevenir v. tr. 1. Desavisar. 2. Desacautelar-se, descuidar-se; desaperceber-se; desafazer-se de (o necessário). 3. Ficar sem (o necessário).
- caos s. m. 1. Confusão dos elementos antes da criação do universo. 2. Confusão. 3. Desordem. 4. Perturbação.
- exata adj. 1. Certo; em que não há erro, omissão, fraude. 2. Fiel. 3. Pontual. 4. Que cumpre bem o seu dever. 5. Perfeito, rigoroso.
- (...) m. b. 1. Depois eu conto.

domingo, 21 de março de 2010

La Mariposa está

Desobediente. Contanto o tempo em minutos e horas.

sábado, 20 de março de 2010

Hoje ou Em sonhos reais eu toco e sinto

E então, finalmente, choveu.
No sentido mais belo do que é chover.
É o anuncio do outono.
Da estação predileta.
Folhas secas e douradas como hão de ser.
Prenuncio de um lindo amanhecer.
Gosto da chuva, porque simplesmente acontece.
Cheiro bom. De coisa boa. De asfalto molhado.
A natureza humana simplesmente é.
Acontece.

quarta-feira, 17 de março de 2010

The blower's daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time

And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes of you...
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time

And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes of you...
I can't take my eyes...

Did I say that I loa the you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind of you
I can't take my mind
My mind...my mind.
Til I find somebody new.


(apenas uma música de um breve momento)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Poupando clareza

da série "Olha para o céu, meu amor"

segunda-feira, 1 de março de 2010

Clara

http://debailarina.blogspot.com/2007/10/clara.html

Faz tempo que li.
E hoje reli.
Pensei.
A saudade dói.
É tempo intangível.
Que se faz presente pela ausência.
Senti.
Sorrisos de olhos fechados.
Caretas de bocas abertas.
Lembra?
Sinto sua falta amiga. (de alma)
Digo é bom conhecer alguém pelo avesso.
E se for preciso, vomitar.
Eu te conheço.
Veja só, Clara ainda não chegou.
Nem sei se chegará...
Porém sinto saudade dela.
Posso passar horas com Clara.
De pele macia, mãos pequenas e cheiro bom.
Imagino.
Potes de doces vazios.
Amiga, te pergunto em quantas ilusões eu me meti?
Talvez eu queira acordar deste tempo intocável.
Ou talvez eu só queira sonhar com Clara.

Com amor,
Januária

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

La Mariposa está

Um tanto cansada, a fim de matar um gigante.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Para ver as meninas

Silêncio por favor
Enquanto esqueço um pouco
a dor no peito
Não diga nada
sobre meus defeitos
Eu não me lembro mais
quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas
Uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas
E nada mais nos braços
Só este amor
assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem não sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
Ao meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito

Paulinho da Viola
(porque toca no corpo, alimenta a pele e me dá sede, muita sede...)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Próxima estação

Fazia frio. Ana Alice engoliu o café preto e quente. Lavou a xícara branca. Tomou água gelada. Passou batom vermelho. E saiu. Em passos curtos e apressados pegou o trem. Estava numa inquietude descompassada, destas bem femininas. Aquelas soltas palavras ainda reverberavam em sua cabeça “O prazer está no simples”.

Ela - que nunca fora simples - desejava conhecer o seu par ideal. Na última noite, em mais uma história de começo, meio e fim, havia se despedido de alguém. Do décimo homem de sua vida. Ele a beijou delicadamente. Ela gritou raivosa. Ele respirou fundo. Ela suspirou incompreendida. Parece que todas as histórias de amor acabam com bruscas gesticulações femininas e contidos gestos masculinos.

De estação em estação, Ana Alice se acumulava de questões. Lembrou de uma amiga dizendo calmamente. “Não escrevo sobre homens porque são simples demais. Eles nem usam tranças”. Quantas tranças Ana Alice fez e desfez para constatar que gostava pouco de prender o cabelo? O vagão se acumulava de gente. Ana Alice não desceu na estação prevista.

Na última noite, ela quis dizer algo de verdade, mas preferiu o silêncio. Seu corpo agitado já dizia muito, enquanto suas mãos magras escolheram tatear o desconhecido. Ela soltou os cabelos e só desceu na última estação.

Próxima Estação from Michelle Cavalcanti on Vimeo.

Tensão

da série "Olha para o céu, meu amor"

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

La Mariposa está

Aterrando sentidos. E com vontades multiplicadas.

Deixa ventar

da série "Olha para o céu, meu amor"

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Breve reflexão

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"Pornografia define tecnologia."
por Thiago Abe
(imagem de Gustav Klimt)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Preciptação é algo que cai do céu

da série "Olha para o céu, meu amor"

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Nenhum sentido faz sentido



"Todo coração em caos traz uma estrela cintilante"
Nietzsche

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

La Mariposa está

Querendo saber o que querem os ratos molhados em sua morada.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Passo, passo, passo

da série "Olha para o céu, meu amor"

Metades

da série "Olha para o céu, meu amor"

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

La Mariposa está

Sem ressalvas... Pensando em ler seu mapa astral, fazer numerogolia, ou sei lá, saltar de pára-quedas quem sabe.
Querendo um profundo mergulho no mar.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Porque parar, voltar ou seguir é uma escolha

da série "Olha para o céu, meu amor"

Azul azul azul

da série "Olha para o céu, meu amor"

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Liberdade

Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...
Fernando Pessoa

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

La Mariposa está

Procurando um chão para enfiar os pés.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Palavras amassadas


Cinema

O céu cor de cinza
Que tinge a saliva
Cobre-a inteiramente.
Ela sente frio
Sem guarda-chuva.
Algo está diferente.
Ela pode sentir no gosto da boca dele.
Enquanto, um casal parado no fim da escada rolante
Abraça aquele abraço bem apertado
De coisa bem junta
Encaixada.
Entre muitos beijos,
o casal não pensa.
Um rapaz solitário passa apressadamente.
Procura por alguém. Ou procura por algo?
Em uma mesa uma moça fala desesperadamente
E um moço parece prestar atenção com desânimo.
Conversam sobre construir.
A moça quer um apartamento.
Pensa em investir.
O moço apenas olha para seus seios.
Sorri nervosamente.
O casal que se beijava de pé, no pé da escada, senta.
E então, a garota passa as mãos delicadamente pelo rosto do garoto.
O garoto sente.
A moça continua "Vamos apenas dar uma procurada para ter uma idéia de valores".
O moço num rompante "Para termos os pés bem no chão!"
Ilusão?
O garoto pega na cintura dela.
Quase que sem querer deixa a mão deslizar para o quadril.
Aperta.
A garota sente.
O rapaz solitário passa mais uma vez.
Sem procurar, sem encontrar.
O amor não é uma ilusão!
Existe.
E enquanto ela chora por dentro
Chove lá fora
Desta vez, ela queria um guarda-chuva...
Mesmo tirando os seus pés do chão.
No fim da sessão, o rapaz solitário caminha com o seu par.