terça-feira, 19 de agosto de 2008

Abaixo o discurso

3h40. Estar acordada até esta hora não é novidade, mas hoje eu sei que é diferente, ou pelo menos quero que seja. A tarde foi reflexiva e terminou pedindo uma noite prolongada. Ta aí. Não sinto frio e há um mês não chove na terra da garoa. Parece que as expressões não cabem em alguns momentos. Ou talvez estejam velhas demais para serem ditas. “Eu te amo”? Enfim, seja o que for o que mantém os meus olhos abertos agora é o mesmo que mantém o meu coração fechado. Quem se importa que o meu sábado costumava ser azul? As palavras são sedutoras. Falar é muito bonito! Porém digo: sentir pode causar bolotas de alergia pelo corpo, dessas que coçam de repente e para valer. Como sei? Bem, eu criei a minha própria cartilha com tais e tantas palavras sedutoras. Acreditei em tudo o que disse. Aboli o guarda-chuva dos meus itens de acessórios. Regrei meus atos, achei que pudesse supor sentimentos. Mas vez ou outra me pego com a bóia debaixo do braço. “Nunca se sabe quanto a chuva pode chover”. Perceber que a pior das pinturas da cara é aquela que pretendia ser definitiva não é lá muito agradável, aliás, é foda. Farsa que fala, fala e diz? Cansei da idéia. Bela, suprema, fascinante! Sustenta, mas me pára. Quero as minhas pernas livres, meus pés descansados. Cabelos e voz ao léu. E quem sabe um pote de bolotas coçadoras, talvez eu volte a abrir a tampa.

- Um dia, estaremos além da matéria. Além do caos presente. E as palavras buscarão decodificar sentidos. E os sentidos estarão libertos. -

Um comentário:

Rójer disse...

delicia de pezinhos michelle...