segunda-feira, 4 de maio de 2009

Parte de um diálogo de devagações a respeito de "Os Sertões", texto de Euclides da Cunha adaptado por José Celso Martinez Corrêa

Concordo em partes cara companheira. Tomando por base a mais pop e não menos verdadeira frase do ilustre e filósofo Sartre "O inferno são os outros", a festa dionisíaca que embala os atuantes há 30 anos nada mais é do que peles tocantes. Apenas e nuas.
Se o nu lhe parece pornográfico, não será Zé Celso um ousado quebrador de barreiras e sim você uma construidora de definições e bloqueios. E já que o mais profundo é a pele - dito pelo filósofo e tão francês quanto o primeiro Paul Valéry - o espetáculo alcança de forma magistral a razão de sua existência. Sem fronteiras evoca o ser humano a aprofundar-se. Sem roupas demonstra aos menos tocados suas falsas liberdades, quando o aprisionamento parte de quem vê, e não de quem se propõe a fazer. Não há nada de inovador nisso. Eu apenas diria assista. Augusto dos Anjos ficaria feliz, na literatura ele é cru e nu é Zé Celso no teatro. Afinal o sertão é nu e cru, não?

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