terça-feira, 28 de julho de 2009

O romântico e a revolucionária (R.R.)

Enquanto ele idealiza, ela chama para o combate, convoca seus soldados, abre o peito - dificilmente pensa em recuar - e segue na linha de frente.
Quase sem estratégia, a revolucionária questiona, como se em vez de arma usasse alma. De alma e ideal o romântico se faz e refaz, e para surpresa da tal revolução, ele coloca seus tambores para rufar. Uma bela canção.
O romântico talvez espere que ela se arme. A revolucionária talvez espere que ele se desarme. E talvez, então, este choque se complete para além da alma e enfim encontre o corpo.

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CANÇÃO DA MAIS ALTA TORRE

Que venha, que venha
O tempo da paixão.

Tive tanta paciência
Que para sempre esqueço.
Temor e penitência
Aos céus partiram.
E a sede doentia
Me escurece as veias.

Que venha, que venha
O tempo da paixão.

Assim o prado
Ao esquecimento deixado,
Engrandece, e floresce
De joio e incenso,
Ao zumbir tenso
Das moscas sujas.

Que venha, que venha
O tempo da paixão.

(porque é para a revolucionária que gosta muito de Arthur Rimbaud)

Um comentário:

Anônimo disse...

linda! beijos, rô