terça-feira, 21 de setembro de 2010

Idealismo

Falas de amor, e eu ouço tudo e calo!
O amor na Humanidade é uma mentira.
É. E é por isto que na minha lira
De amores fúteis poucas vezes falo.

O amor! Quando virei por fim a amá-lo?!
Quando, se o amor que a Humanidade inspira
É o amor do sibarita e da hetaíra,
De Messalina e de Sardanapalo?

Pois é mister que, para o amor sagrado,
O mundo fique imaterializado
- Alavanca desviada do seu fulcro -

E haja só amizade verdadeira
Duma caveira para outra caveira,
Do meu sepulcro para o teu sepulcro?!
Augusto do Anjos

PEQUENO MANIFESTO
E eu aqui pensando, pensando... Por que é difícil proferir a tal sentença célebre?
Quando reflexões deste tipo batem à minha porta, Augusto dos Anjos me traz redenção.
Ó o amor!
Ó a histeria do amor!
Ó amor corrompido! De valores hipócritas e tradições passadas, que para mim não fazem sentido.
Me reviro para buscá-lo e só o percebo quando o sinto.
O amor se manifesta.
Num carinho de uma noite fria e doente.
Na admiração.
Com minhas mãos inquietas, meus olhos inquietos.
Com minha boca inquieta o amor se manifesta.

Silêncio.

E por que eu não digo "eu te amo"?
Então respondo: Para que dizer palavras se a minha vontade (além da vontade) é de estar ao seu lado?
Em silêncio. Em nosso silêncio.
Será por que todos os "eu te amos" que eu ouvi valeram menos do que sua presença?

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu já disse algumas vezes que te amo.
Não me arrependo.