terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Um instante, destes prolongados
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Apenas uma rosnadinha
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
Gosto quando te calas
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
inércia
domingo, 15 de novembro de 2009
Em São Paulo
Se eu quisesse agora as lacunas do tempo, talvez eu tivesse.
Se eu quisesse agora me perder no tempo, talvez eu me perdesse. Talvez.
Acontece que eu não quero que o tempo pare.
Acontece que eu não quero espaços em branco.
Acontece que eu não quero me perder. Não mais.
Quero o tudo do meu agora. E só.
É o que me basta neste tempo.
Tempo de meu tempo.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Me gustas cuando callas
Como todas las cosas están llenas de mi alma
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Déjame que te hable también con tu silencio
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Brevidade me dê acalanto para eu acompanhar-te
Pois é, eu não consigo parar de pensar em uma única coisa.
Finjo que trabalho.
Finjo que tomo café.
Finjo que escuto.
Finjo que escrevo.
E aquela única coisa me toma por inteira, me devora como se eu não tivesse tempo para pedir que pare, como se eu não tivesse percepção para dizer não. Faz tempo eu disse sim aos eternos instantes initerruptos. Eu sei.
Finjo que estou.
Finjo esquecer.
Finjo que vejo.
Finjo-me ser.
Estado de celebração. Grito, sinto vida! Essa coisa que não me deixa é o viver? Estado de graça. É como se eu quisesse reunir cada pedacinho do agora para que ele não se vá, porém enquanto aqui digito mais uma letra sei que ele já se foi e continua indo, me navegando fazendo-se fogalha. Não consigo parar de pensar nesta coisa que me acerca. Essa coisa é minha ou é de alguém? Ela que me toma e me torna inteira no presente. Quero apenas sensações, essas de agora que não me desviam o foco e me desconcentram do resto. Penso em uma única coisa.
Finjo.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
Agora
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Sobre vontades IV ou Anoitecer
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
01:33
Sono.
Ando me perguntando muitas coisas.
Sono
Ando também descalça - já faz um tempo.
Sono.
Vontade de vestir meias.
Boa noite.
Tempo, tempo, tempo
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Amor e arte, uma celebração da vida
Sensação reticente.
As minhas gavetas estão abertas, aquelas que foram trancafiadas com chaves esquecidas em algum parque, em algum supermercado, em algum carro.
Sensação de silêncio.
Sensação reticente.
Ora, as chaves sempre aparecem, ou porque um duende sapeca queria brincar com a gente ou porque há momentos para serem encontradas.
Sensação de angustia.
Sensação reticente.
Nada se define. Tudo se define. Eu não tenho necessidade nenhuma de definir. Só de diluir. Misturar. “Pedi licença, para ir ao banheiro chorar choro de alguém”.
Sensação de ressaca.
Sensação reticente.
É estranho! Apostamos em coisas que acabam. Compramos computadores que ficam obsoletos. Tudo é finito, embora eu insista em dizer que estou em busca do meio, apenas.
Sensação de enjôo.
Sensação reticente.
Haverei de se expurgar o amor? O amor é impuro? Ou amar é sujo? As reticências por vezes me acompanham, por vezes me revelam, por vezes me assustam, por vezes me acalmam. E as perguntas? “Eu gosto de me sujar com tintas”.
Sensação de inquietude.
Sensação reticente.
Demonizar o outro é mais fácil. O outro. O umbigo do outro. Sim quero o meio, porém assumo: “o final traz frustração”. Traz perda. “Eu fui ao banheiro e não chorei choro de alguém, chorei choro meu”.
Sensação de engano.
Sensação reticente.
Gosto do engano. Gosto da contradição. Gosto do amor. “Eu sangro todo mês”.
Sensação de alívio.
Sensação reticente.
Aceito a morte, porque aceito a vida. Hoje eu encontrei o guardião do meu inconsciente, que devia estar numa daquelas gavetas... Fiquei com a mente solta. Liberta. Driblando o consciente, o ego, a razão.
Sensação de leveza.
Sensação reticente.
Aceito o ciclo. Digo sim ao amor que finda e brota uma de mim.
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CASA COMIGO
Casa comigo
Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo
A mais linda, a mais amada, respeitada, cuidada,
A mais bem comida
E a pessoa mais namorada do mundo
E a mais casada
A mais festas , viagens, jantares
Casa comigo
Que te faço a pessoa mais realizada profissionalmente
E a mais grávida, e a mais mãe
E a pessoa mais as primeiras discussões
A pessoa mais novas brigas, e as discussões de sempre
Casa comigo
Que te faço a pessoa mais separada do mundo
A pessoa mais solitária com um filho pra criar de todas
A mais foi ao fundo do poço e dá a volta por cima
A mais conheceu uma nova pessoa
A mais se apaixonou novamente
Casa comigo
Que te faço a pessoa mais...
Casa comigo que te faço a pessoa mais feliz do mundo.
de Michel Melamed
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Mãos Dadas
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Mais uma vez Clarice
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Em São Paulo... TOOM!
Entre encontros e desencontros cotidianos
Há o destino.
Neste misto de sins e nãos
Neste sobe e desce ansioso
Neste vai e vem gostoso
Sempre haverá o destino.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Apenas uma pausa (petit)
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Essa mania de me confessar ou Confissão IV
terça-feira, 4 de agosto de 2009
A Rita
Pegou de surpresa a menina faceira
Descendo a ladeira de pé no chão
Com a rosa roubada na mão
Dona Jacinta que dava de pinta
Espreitava da esquina a doce menina
A gargalhar de satisfação
A saltitar tamanha a emoção
Quando de repente cruza seu caminho
A dona do jardim surrupiado
De braços cruzados
Rita, sem medo, encara de frente
Esbarra na gorda barriga com o dente
Daquela que lhe pega pelo vestido
Para lhe aplicar um furioso castigo
Pelo erro recém cometido
Num suspiro torto
A encurralada menina
Finge desmaiar
Num abraço fofo
A rabugenta mulher
Começa a gritar
Ninguém para ajudar!
Ao se livrar dos braços apertados
Daquela que agora se pos a chorar
A sapeca sardenta faz uma careta
E se põe a cantar
Com fé, escapa da cinta de Dona Jacinta
Beija a rosa quase perdida
Acha graça de tanta arruaça
E dá no pé sem despedida
domingo, 2 de agosto de 2009
terça-feira, 28 de julho de 2009
O romântico e a revolucionária (R.R.)
O romântico talvez espere que ela se arme. A revolucionária talvez espere que ele se desarme. E talvez, então, este choque se complete para além da alma e enfim encontre o corpo.
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CANÇÃO DA MAIS ALTA TORRE
Que venha, que venha
O tempo da paixão.
Tive tanta paciência
Que para sempre esqueço.
Temor e penitência
Aos céus partiram.
E a sede doentia
Me escurece as veias.
Que venha, que venha
O tempo da paixão.
Assim o prado
Ao esquecimento deixado,
Engrandece, e floresce
De joio e incenso,
Ao zumbir tenso
Das moscas sujas.
Que venha, que venha
O tempo da paixão.
(porque é para a revolucionária que gosta muito de Arthur Rimbaud)
terça-feira, 21 de julho de 2009
Peladinha
segunda-feira, 20 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Sobre vontades III
quinta-feira, 9 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
Pelo Arquiteto
Sabe como é que eu imagino a felicidade? Acho que, quando a gente é feliz, a gente está junto de alguém que tem a pele muito fina e depois a beijamos nos lábios e tudo se encobre de uma névoa rósea e o corpo da pessoa se transforma numa multidão de espelhinhos e quando olhamos para ela somos refletidos milhões de vezes, e passeamos com ela montados nas zebras e nas panteras em volta de um lago e ela nos puxa por uma corda e quando olhamos para ela chovem penas de pombos, que, caindo no chão, relincham como potros jovens e entramos depois num quarto e começamos a passear de mãos dadas pelo teto... E as cabeças se cobrem de ouriços que nos fazem cócegas e os ouriços se cobrem de ouro, cheios de presentes, e escaravelhos de ouro.
(de Fernando Arrabal, em 'O arquiteto e o imperador da Assíria', porque este é um texto que me toca e retoca)
Mecanicidade na cidade ou Sobre vontades II
O amor filmado em partes.
Parte da vontade.
Como se subisse por escadas.
Como se quebrasse as paredes.
Refletindo o que se é?
O amor se constrói.
E naquele apartamento, o amor se monta.
(encantamento.afinidades.paixão.diferenças.distância...desejo. e o que virá? virá! e que não seja esta pobre linha)
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Sobre vontades I
Sim, vontade passa, mas me reconheço aos pés dela. Morreria súdita de todas as minhas vontades e obedeceria, sem objeções, todos os meus impulsos e instantes neste choque, nesta colisão que é viver.
(isso porque hoje eu acordei com uma mistura de gostos e sensações)
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Desarrumadas as coisas ficarão
Encarava o prazer com o mesmo rigor da dor. Mesmo assim buscava um amor. Um amor que ela não conseguia definir. Um amor tão ideal que jamais poderia existir. No seu quarto, roupas fora do armário, livros fora da estante, quadros fora da parede. A desordem aparente refletia sensações profundas da palpitante jovem. Sua alma desorganizada pelos sentimentos aflorados por um homem estava inquieta. Apenas uma paixão é capaz de desconstruir uma vida inteira.
Tudo para fora. Tanto por fazer. Seu corpo pequeno mal continha tamanha vibração. Sabe aquela coisa que não cabe dentro da gente? Sabe quando a gente sente a barriga invadida por borboletas atrevidas? “Estou viva”. “Viva”. Ana somente supunha a vida. Porém, entregar-se significaria arriscar-se a decepção. Significaria aceitar a morte. Preferiu, então, guardar apenas a possibilidade de ser, a improbabilidade da realização. Preferiu, então, a eternidade.
E aquele sujeito um tanto desajeitado, o Carlos, que cuspia no chão e usava botas desbotadas acompanhadas de camisa amassada decidiu esperar por uma possível ordem da moça. Falava com os olhos quando a olhava. Sorria de verdade quando a encontrava. Ana, somente ela o fazia melhor.
domingo, 17 de maio de 2009
É sempre bom lembrá-la
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Por Zé Celso
Por Astolfo
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Enquanto vovó faz comida
Anseios subtraídos ou *An Seios
Clarice Lispector
Tiro um amor despreparado.
Das máscaras
Arranco a meia luz de uma noite covarde.
Tomo banho apenas para sagrar-me limpa
Esquecendo-me de que suja andei por ai
Desamparada
Embriagada, talvez
Desesperada.
Dos sonhos
Peço uma clara manhã preguiçosa,
Com véus e promessas inacabadas
Exacerbadas
Malditas
Esquecidas.
Do ar busco apenas inspiração
Como cura dos prazeres outrora perdidos.
Agonia não tem face, pois
Porém sinto suas mãos frias
Nos meus seios
Sussurrantes
Que abrigam um céu inóspito
Insólito.
* An ou Anu era o deus do céu entre os Sumérios. Filho de Anshar e Ki-shar, esposo de Antu (Ninhurdag) com que gerou Enlil, era o deus mais venerável e velho entre os Anunnaki, fazendo parte de uma importante tríade divina, integrada também por Enlil, o deus dos ventos, e Enki (Ea), o deus das águas.O seu nome parece significar precisamente céu, ou alternativamente, o zénite do Sol. Era um deus cultuado em toda a Suméria, havendo santuários seus espalhados por todas as cidades do país.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Parte de um diálogo de devagações a respeito de "Os Sertões", texto de Euclides da Cunha adaptado por José Celso Martinez Corrêa
terça-feira, 21 de abril de 2009
Blah!
Georg Büchner
Nauseando-se.
Nauseando-se.
Nauseando-se.
Que venha o vômito!
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Enraizando
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Cicatrizes
Desistiram-se.
Despediram-se.
Apenas, aspirantes a amantes.
terça-feira, 7 de abril de 2009
Como uma borboleta que só vive 24h
Com amor,
Michelle